domingo, 6 de setembro de 2020

E se o Google bloqueasse a BBC?, por Raquel Ribeiro

 

Canais oficiais de notícias de Cuba foram bloqueados pelo Google. O objectivo é sabotar lentamente uma fonte (e uma rede) de notícias que desestabiliza o circuito mainstream de informação.



Foram «apenas» 24 horas, mas é um facto que o portal de informação cubano Cubadebate, que agrega as contas online do diário Granma, do canal de televisão Cubavisión Internacional e o programa diário da televisão cubana, «Mesa Redonda», viu as suas contas no Google e no Youtube suspensas. Até a denúncia internacional ser tão ruidosa, que ironicamente, e sem qualquer explicação, o Google reactivou a conta.

É mais um apagão mediático contra Cuba, banal, demasiado comum, num país que vive um apagão comercial-económico-financeiro em forma de bloqueio imposto pelos Estados Unidos, desde 1960. Nem é a primeira vez que isto acontece: em 2011, o Google já tinha feito o mesmo. Se tentar aceder hoje à conta da Radio Habana Cuba no Twitter surge o seguinte aviso: «Esta conta foi temporariamente restringida. Está a ver este aviso porque tem havido actividade incomum nesta conta. Quer proceder?»

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Por que o modelo de negócios do Uber está condenado, por Aaron Benanav

 


Créditos da foto: Empresas de compartilhamento de carona, como Uber e Lyft, não geram insegurança no trabalho, mas alimentam a insegurança que é onipresente na economia contemporânea (Jarrod Valliere/REX/Shutterstock




Como outros aplicativos de transporte, o Uber apostou alto em um futuro automatizado que não se concretizou

Após ameaçarem deixar a Califórnia, as empresas Uber e Lyft obtiveram recentemente um indulto temporário da ordem para que reconheçam seus motoristas como empregados em vez de colaboradores independentes. As empresas argumentaram que não conseguiriam cumprir a ordem da noite para o dia, embora mais de dois anos tenham se passado desde que a Suprema Corte da Califórnia ordenou que mudassem suas práticas. A lei trabalhista californiana AB5 supostamente poria um ponto final no descumprimento.

Pode-se supor que tratar incorretamente os motoristas como colaboradores independentes garantiria lucros exorbitantes às empresas de transporte por aplicativos, como o Uber. A realidade é muito mais estranha. Na verdade, o Uber e o Lyft não estão tendo lucro nenhum. Ao contrário, as empresas perdem dinheiro há anos, cobrando pouco dos usuários pelas viagens em uma tentativa de expandir agressivamente sua participação no mercado mundial. Achatar os rendimentos dos motoristas não é sua principal estratégia para se tornar lucrativo. Isso apenas diminui a velocidade com que as empresas queimam dinheiro.

A verdade é que o Uber e o Lyft, em grande parte, existem como apostas em automação financiadas por Wall Street, que se mostraram infrutíferas. Essas empresas estão tentando sobreviver a desafios legais impostos às suas práticas ilegais de contratação enquanto esperam pelo aprimoramento das tecnologias de carros autônomos, que não precisam de motorista. O advento do carro autônomo permitiria que o Uber e o Lyft dispensassem seus motoristas. Tendo conquistado o domínio do mercado de corridas compartilhadas, essas empresas colheriam lucros em um mercado monopolizado. Nos planos de negócios de longo prazo da Uber e Lyft simplesmente não há espaço para o pagamento de salários decentes aos motoristas.
                                                                                                                                

terça-feira, 11 de agosto de 2020

A obsolescência humana programada

 



O que os municípios de Breves-PA, Nova Serrana-MG, Iguatu-CE, São Gonçalo do Amarante-RN, Itanhaém-SP, Santo Antonio de Jesus-BA, Caieiras-SP, Itacoatiara-AM, Itaituba-PA, Aracruz-ES, Jataí-GO, Barra do Piraí-RJ, Fazenda Rio Grande-PR, Mariporã-SP, Abreu Lima-PE e Vilhena-RO tem todos eles em comum?

Esses municípios ocupam a faixa que vai do 311º ao 325º em número de habitantes. Cada um deles tem por volta de 100.000 habitantes, segundo o IBGE, 2019.

É como que uma delas desaparecesse do mapa por causa do COVID-19, não de forma brusca, mas lentamente para conter o sentimento de revolta.

O primeiro 1.000 foi assustador, agora representa “apenas” 1%; saltitamos aqui, desviamos ali mais a frente no esgoto a céu aberto da nossa realidade.

Não há desgoverno, falta de visão, incapacidade gerencial desse governo não; este veio para cumprir uma agenda devastadora; será que não se consegue enxergar o estrago que já foi feito no país até aqui, independente da pandemia?

Infelizmente chegamos a uma triste realidade onde a futilidade e a erudição se encontraram na paralisia.


  




quarta-feira, 29 de julho de 2020

A pandemia como metáfora do capitalismo, por António Louçã


©Brendan McDermid | Reuters

Mudar de Vida

Tal reagente químico, o novo coronavírus fez sobressair com particular nitidez algumas das características fundamentais do capitalismo. A ganância e a irresponsabilidade são duas delas. A ganância, já se sabe, é  velha como este modo de produção. A voracidade dos capitalistas vai por vezes ao ponto de fazê-los esquecerem a sua própria sobrevivência física.

Este era um traço de carácter bem retratado numa caricatura do New York Times, no tempo em que o NYT ainda publicava caricaturas e não tinha decidido proibí-las, em resposta à indignação farisaica com que o traço satírico do nosso António Antunes fustigou o sionismo.

Nesses tempos áureos do NYT, um outro cartunista inspirado retratara o interior de uma das Torres Gémeas, no fatídico 11 de setembro de 2001. Dentro, uma série de corretores bolsistas, de costas para a janela, permaneciam absortos nos seus computadores. Um só, de frente para a janela, podia ver o avião que avançava para a torre, já a poucos segundos do impacto. E só se lembrava de gritar, para os outros, felizes incautos: “Vendam! Vendam!”

Veículo da imprensa operária é alvo de hackers, por Francisco Fernandes Ladeira


©Darwin Laganzon/Pixabay

Observatório da Imprensa

Em suas reflexões sobre o conceito de hegemonia, o filósofo italiano Antonio Gramsci concluiu que o surgimento de uma nova forma de organização social que supere o sistema capitalista requer ir além de apenas modificar a propriedade dos meios de produção. É preciso que a classe operária tenha sua própria imprensa, para que assim possa criar mecanismos de expressão contrários à ideologia burguesa difundida pelos veículos de comunicação hegemônicos.

No Brasil, um exemplo emblemático desse tipo de imprensa pleiteada por Gramsci pode ser encontrado no jornal eletrônico 

Nos últimos anos, o DCO tem se destacado como um veículo combativo que vem denunciando todos as manobras políticas feitas pela elite econômica com apoio da grande mídia.

Em suas edições, advertiu sobre as tentativas de setores conservadores de se apropriarem das jornadas de junho de 2013; posicionou-se contra o movimento político que culminou no 


domingo, 26 de julho de 2020

"Seu" Lulu conseguiu, a TV Tupi não



A ditadura militar já estava em frangalhos da mesma forma que deixavam a economia do país. O último ditador desse regime era o general Figueiredo que tinha a incumbência de acender algumas velas num beco que o Brasil havia sido encurralado pela ditadura.

A força dos trabalhadores já era uma realidade e  já se organizavam em sindicatos e centrais, como deve ser sempre, e foi um fator importante na derrubada do regime. Esse movimento era crescente, tinha como referencia os metalúrgicos do ABC e  estava causando um grande desconforto não apenas nos militares, mas também na classe política em geral e na elite econômica e financeira.


sábado, 4 de julho de 2020

"Inocentes do Leblon" de Drummond com Chico

sábado, 27 de junho de 2020

O menor dos males: Chomsky x Greenwald ... e o fator ignorado, por Bruce E. Levine

© Lord Jim – CC BY 2.0

COUNTERPUNCH

Noam Chomsky acredita que é indiscutível a derrota de Trump que votará em Biden, enquanto Glenn Greenwald desafia  a estratégia politica do ditado "o menor dos males".  É difícil imaginar alguém mais intelectualmente elevado que Chomsky, mas Greenwald não é inferior. Chomsky e Greenwald são íntegros, guerreiros racionais aplicam a logica contrastante do tabuleiro de xadrez para essa questão. No meu trabalho diário como psicólogo, como pessoas com relacionamento abusivo podem focar em certos tipos de raciocínio que eles perdem a sua integridade e se tornam muito frágeis para se libertarem.

sábado, 20 de junho de 2020

Durante os protestos de Floyd, a indústria da mídia reconhece uma longa história de colaboração com a segurança pública


Dennis Franz e Jimmy Smits em "NYPD Blue" © Mitchell Gerber/Corbis/VCG via Getty Images


THE CONVERSATION

Por Carol A. Stabile

Em recente entrevista, foi perguntado ao Procurador Geral de Minnesota Keith Ellison porque é tão difícil instaurar processos contra policiais.

"Apenas pense em todos os programas policiais que você já assistiu na sua vida", ele respondeu. " Somos totalmente abarrotados com essa mensagem cultural de que essas pessoas irão fazer a coisa certa".

Enquanto duas dessas séries, "Cops" e "Live PD", que recentemente foram canceladas, os americanos estão há muito tempo inundados num mar de dramas policiais. Em séries como “Hill Street Blues,” “Gangbusters,” “The Untouchables,” “Dragnet,” “NYPD Blue” e “Law and Order,” a audiência vê o mundo sob a perspectiva da segurança pública, em que policiais alternadamente heroicos e sitiados lutam uma série de guerras contra o crime.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

"Uma idéia perigosa": defensores de escolas públicas denunciam plano de Cuomo-Gates contra pandemia para '"reimaginar' o sistema educacional de Nova York




Wiki Media

Por Julia Conley, do Common Dreams

"Se você está procurando uma idéia nova e ousada para as escolas públicas de Nova York", escreveu o candidato ao congresso Jamaal Bowman, "que tal você apenas tentar financiar por uma vez completamente?"

Os defensores da educação pública rejeitaram na quarta-feira o compromisso do governador de Nova York, Andrew Cuomo, de trabalhar com empresários bilionários, como o fundador da Microsoft, Bill Gates, para "reimaginar" os sistemas escolares de seu estado depois que a pandemia de coronavírus diminuir de intensidade.

Em seu briefing diário com a imprensa na terça-feira, quase dois meses após ordenar o fechamento de escolas em todo o estado e milhões de crianças passaram a ter as suas aulas em casa via internet, Cuomo disse que Nova York deve "aproveitar essa experiência e  aprender de fato como podemos fazer diferente e melhor com nosso sistema educacional em termos de tecnologia e educação virtual ".


domingo, 7 de junho de 2020

Dos símbolos nacionais e das simbologias


Turibio Santos - Espetáculo ''Tancredance a Dois'' no Circo Voador, Lapa - RJ (Jan 85)


Recentemente em seu canal no YT, Miguel Nicolelis nos revela o momento da descoberta ou da compreensão do que é ser um cidadão brasileiro. Isso acontece durante a Copa do Mundo de 70; e da maneira com que as partidas, as jogadas que resultam em gols vão sendo narradas, incluindo a final da competição vencida pelo Brasil, mostra  a sua veracidade e como foi marcante.

Nada mais natural com que ocorreu com o Nicolelis em se tratando de Brasil; o futebol é uma identificação de uma imensa maioria desse país.

Algum tempo depois em que o futebol aterriza por essas terras, e o povo trabalhador, mais tarde, começa a ter contato com esse esporte, aos poucos vai despertando uma grande afinidade, e em seguida vai assimilando, metabolizando; e o resultado é uma concepção artística de se jogar, surgindo jogadores de técnica refinada e que tem ao seu lado uma platéia vibrante, os torcedores.

Jogadores e torcedores nessa ocasião  formam uma unidade, suas origens são as mesmas, pertencentes  classe social das periferias, morros, bairros operários e e por isso mesmo, a paixão pelo futebol acaba conquistando o país; abrasileirado ficou mais fácil.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

O estado do Texas registrou 58 mortes de coronavírus hoje, um recorde

 
                                                      © Mark Mulligan, Houston Chronicle


Por Jeremy Wallace

Houston Chronicle


AUSTIN - O Texas registrou o maior número de mortes em um dia desde o início da pandemia de coronavírus.

Novos dados oficiais do estado divulgados na quinta-feira mostraram que o Texas agora registra 1.216 mortes - um aumento de 58 em relação à contagem de ontem.

Anteriormente, o Texas havia uma vez registrado 50 mortes, em 30 de abril.

O estado também alcançou um recorde de um dia para o teste positivo. O Texas teve 43.851 casos positivos relatados - um salto de 1.448 casos. A alta anterior no estado foi em 10 de abril, quando foi registrado 1.441 casos positivos.

Os testes também subiram na quinta-feira. O estado registrou 35.853 testes, o segundo maior número de registros num só dia.

O aumento das mortes ocorre quando o governador republicano Greg Abbott tenta reabrir a economia do estado. Na semana passada, ele permitiu que os salões de cabeleireiro e barbearias reabrissem e estava planejando autorizar a abertura de academias na próxima semana. Antes disso, ele permitiu que restaurantes, shoppings, lojas e cinemas reabrissem em 25% da sua ocupação máxima.

Na segunda-feira, Abbott tinha programado anunciar se o estado havia feito progresso suficiente para permitir que restaurantes, lojas, teatros e shoppings aumentassem a ocupação para 50%.

Quando Abbott anunciou a reabertura parcial de negócios duas semanas atrás, ele alertou que, como o estado estava aumentando sua capacidade de teste, logicamente haveria um aumento no número de casos positivos. Durante uma entrevista na televisão no início de maio, Abbott disse que o número de casos positivos não é o número principal a ser observado.






sexta-feira, 1 de maio de 2020

Psiquiatra relaciona manifestantes pró-Trump com "crianças-soldados" e "gangues urbanas"

Manifestantes do grupo "Michiganders Against Excessive Quarantine" em Lansing, Michigan (15/04/20) - © Jeff Kowalsky/AFP via Getty Images

A psiquiatra forense, da Universidade de Yale, Brandy X. Lee vem acompanhando nos últimos 3 anos o comportamento de Donald Trump, tendo como foco a saúde mental do Presidente  americano e de que forma a sua liderança afeta os seus seguidores. Os resultados dessas pesquisas se encontram nos seus livros publicados, ao lado de seus colegas.

As recentes manifestações de abril, quando movimentos da extrema o direita americana saíram às ruas para protestarem contra isolamento, desenharam a ideia desenvolvida por Brandy Lee na qual, segundo ela, as convocações feitas por Trump são na verdade uma maneira de testar a lealdade de seus seguidores no máximo limite possível.

Essa relação Trump-seguidores levou a psiquiatra traçar um paralelo com as crianças-soldados e as gangues urbanas onde , segundo ela, as primeiras são  instadas a matar uma pessoa da própria família a fim de provar a sua lealdade ao grupo que ela pertence;  objetivo idêntico se encontra nas gangues urbanas, ao exigir que um elemento do grupo mate um policial. 


Dra. Brandy X. Lee

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Além de palavras, por Craig Murray

Ontem, Mark Sommers,  o segundo advogado, extremamente erudito e estudioso, de Julian Assange em sua audiência de extradição, tremeu de raiva no tribunal. A magistrada Vanessa Baraitser acabara de decidir que os nomes da companheira e dos filhos pequenos de Julian Assange poderiam ser publicados, no qual ela afirmou ser do interesse da "justiça aberta". Sua companheira havia enviado uma carta em apoio ao seu pedido de fiança relacionado ao Covid-19 (que Baraitser já havia recusado sumariamente) para declarar que ele tinha uma família para morar em Londres. Baraitser disse que, portanto, é do interesse da "justiça aberta" que os nomes da família sejam divulgados, e disse que a defesa não havia demonstrado de forma convincente que isso causaria qualquer ameaça à sua segurança ou ao bem-estar. Foi nesse momento que Sommers mal conseguiu se controlar. Ele ficou de pé e interpôs um recurso à Alta Corte, pedindo uma suspensão de 14 dias. Baraitser concedeu quatro dias, até as 16h da sexta-feira.

Estou confinado em Edimburgo, mas recebi três relatórios separadamente de testemunhas oculares . Eles são unânimes em que mais uma vez Baraitser entrou no tribunal com sentenças pré-escritas antes de ouvir as alegações orais; julgamentos pré-escritos que ela não pareceu alterar.

sábado, 11 de abril de 2020

Vírus revela a fragilidade do contrato social


Pelo Google tradutor

Se existe uma linha de prata na pandemia do Covid-19, é que ele injetou um senso de união nas sociedades polarizadas. Mas o vírus, e os bloqueios econômicos necessários para combatê-lo,também iluminam as desigualdades existentes - e até criam novas. Além de derrotar a doença, o grande teste 
que todos os países enfrentarão em breve é se os sentimentos atuais de propósito comum moldarão a sociedade após a crise. 

Como os líderes ocidentais aprenderam na Grande Depressão, e após a Segunda Guerra Mundial, a exigir sacrifício coletivo, você deve oferecer um contrato social que beneficie a todos. A crise de hoje está revelando quantas sociedades ricas ficam aquém desse ideal. 

Assim como a luta para conter a pandemia expôs o despreparo dos sistemas de saúde, a fragilidade das economias de muitos países foi exposta, à medida que os governos lutam para evitar as falências em massa e lidar com o desemprego em massa. Apesar dos apelos inspiradores à mobilização nacional, não estamos realmente nisso juntos. 

Os bloqueios econômicos estão impondo o maior custo para aqueles que já estão em pior situação. Durante a noite, milhões de empregos e meios de subsistência foram perdidos nos setores de  hospitalidade, lazer e afins, enquanto trabalhadores com  conhecimento mais bem remunerados geralmente enfrentam apenas o incômodo de trabalhar em casa. 

Pior ainda, aqueles em empregos de baixo salário que ainda podem trabalhar estão arriscando suas vidas - como prestadores de cuidados e profissionais de saúde, mas também como empilhadores de prateleiras, motoristas de entrega e faxineiros. 

O extraordinário apoio orçamentário dos governos à economia, embora necessário, de certa forma 
piorará as coisas. Os países que permitiram o surgimento de um mercado de trabalho irregular e precário estão achando particularmente difícil canalizar ajuda financeira para trabalhadores com um emprego tão inseguro. 

Enquanto isso, um amplo afrouxamento monetário pelos bancos centrais ajudará os ricos em ativos. Por trás de tudo, os serviços públicos subfinanciados estão se desgastando com o peso da aplicação de políticas de crise. 

A maneira como combatemos o vírus beneficia alguns à custa de outros. As vítimas do Covid-19 são 
predominantemente as mais antigas. Mas as maiores vítimas dos bloqueios são os jovens e ativos, que são convidados a suspender sua educação e abrir mão de uma renda preciosa. 

Os sacrifícios são inevitáveis mas toda sociedade deve demonstrar como oferecerá restituição àqueles que carregam o fardo mais pesado dos esforços nacionais.

Reformas radicais - invertendo a direção política predominante das últimas quatro décadas - precisarão ser colocadas sobre a mesa. Os governos terão que aceitar um papel mais ativo na economia. Eles devem ver os serviços públicos como investimentos, e não como passivos, e procurar maneiras de tornar os mercados de trabalho menos inseguros. 

A redistribuição estará novamente na agenda; os privilégios dos idosos e ricos em questão. As políticas até recentemente consideradas

As políticas até recentemente consideradas excêntricas, como renda básica e impostos sobre a 
riqueza, terão que estar na mistura.

As medidas de quebra de tabus que os governos estão adotando para sustentar as empresas e a renda durante o bloqueio são comparadas com o tipo de economia que os países ocidentais da guerra não experimentam há sete décadas. 

A analogia vai ainda mais longe. Os líderes que venceram a guerra não esperaram, pela vitória para planejar o que viria a seguir. Franklin D Roosevelt e Winston Churchill publicaram a Carta do Atlântico, estabelecendo o curso para as Nações Unidas, em 1941. 0 Reino Unido publicou o Beveridge Report, seu compromisso com um estado de bem-estar universal, em 1942. Em 1944, a conferência de Bretton Woods forjou o pós-guerra arquitetura financeira. Esse mesmo tipo de previsão é necessário hoje. Além da guerra da saúde pública, verdadeiros líderes se mobilizarão agora para conquistar a paz. 



Casa Branca ataca a Voz da América, VOA revida


Residentes usando máscaras contra o coronavírus passam por esculturas de lanternas em um parque em Wuhan, na província de Hubei, no centro da China, na quinta-feira, 9 de abril de 2020. As autoridades chinesas encerraram o bloqueio de Wuhan na quarta-feira, permitindo que as pessoas se movam e deixem a cidade pela primeira vez em 76 dias. (Foto AP / Han Han Guan)

Por MATTHEW LEE,  via Yahoo News

WASHINGTON (AP) - A Casa Branca lançou na sexta-feira um ataque incomum à Voice of America, financiada pelo Congresso, a emissora dos EUA que há décadas fornece notícias independentes em todo o mundo.

Em uma abordagem dirigida contra a cobertura da VOA sobre a pandemia e a China na sexta-feira, uma publicação oficial da Casa Branca acusou-a de usar o dinheiro dos contribuintes "para falar em regimes autoritários" porque cobria o levantamento do bloqueio na cidade chinesa de Wuhan, onde novo coronavírus surgiu pela primeira vez. A VOA prontamente reagiu, defendendo sua cobertura.

"A Voice of America gasta seu dinheiro para falar em regimes autoritários", disse a Casa Branca em seu resumo por e-mail "1600 Daily" de notícias e eventos. Ele disse que o orçamento anual de aproximadamente US$ 200 milhões da VOA deve ser gasto em sua missão de "contar a história da América" ​​e "apresentar as políticas dos Estados Unidos de maneira clara e eficaz" ao público global.

Mas, citando um relatório da VOA do início desta semana sobre o levantamento das restrições de viagens e a flexibilização do bloqueio em Wuhan, a Casa Branca disse que "a VOA fala com muita frequência pelos adversários da América - não de seus cidadãos". Ele observou que a VOA também apontou recentemente comentários do ministro das Relações Exteriores do Irã, crítico dos EUA.

O ataque de sexta-feira seguiu outro discurso dirigido à VOA na quinta-feira pelo diretor de mídia social da Casa Branca Dan Scavino, que classificou a VOA de "desgraça" em um tweet.

A VOA reagiu aos dois ataques, respondendo a Scavino no Twitter e defendendo sua cobertura como imparcial. Observou que é exigido por lei apresentar todos os lados de uma questão.

“Uma das grandes diferenças entre a mídia independente com financiamento público, como a "Voice of America", e a mídia controlada pelo estado é que somos livres para mostrar todos os lados de uma questão e somos obrigados a fazê-lo por lei, conforme declarado na Carta da VOA ”, disse a diretora Amanda Bennett em um longo comunicado que incluía links para inúmeras histórias da VOA, destacando deficiências na resposta da China ao vírus.

Bennett observou que a VOA, juntamente com vários outros veículos de notícias dos EUA, foi efetivamente impedida de trabalhar na China, mas continua a reportar e transmitir notícias de dentro do país. A VOA é administrada pela Agência Americana de Mídia Global, que também supervisiona outras emissoras financiadas pelo governo, como a Radio Free Europe / Radio Liberty e a Radio Free Asia.







sexta-feira, 10 de abril de 2020

O Financial Times pede políticas socialistas

Moon of Alabama

No mesmo dia em que o Partido Trabalhista britânico anunciou a eleição de um novo líder de centro-direita para substituir o socialista Jeremy Corbyn, muito desprestigiado, o Financial Times (!) Pede as políticas socialistas que Corbyn planejava implementar.

Do editorial de hoje (03/04/20) do FT intitulado:

O vírus revela a fragilidade do contrato social (também aqui)

Se existe um significado valioso na pandemia do Covid-19, é que ele injetou um senso de união nas sociedades polarizadas. Mas o vírus, e os bloqueios econômicos necessários para combatê-lo, também iluminam intensamente as desigualdades existentes - e até criam novas. Além de derrotar a doença, o grande teste que todos os países enfrentarão em breve é ​​se os sentimentos solidários do momento atual moldarão a sociedade após a crise. Como os líderes ocidentais aprenderam na Grande Depressão, e após a Segunda Guerra Mundial, exigindo sacrifício coletivo, você deve oferecer um contrato social que beneficie a todos.
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Reformas radicais - invertendo a direção política predominante das últimas quatro décadas - precisarão ser colocadas em cima da mesa. Os governos terão que aceitar um papel mais ativo na economia. Eles devem ver os serviços públicos como investimentos, e não como passivos, e procurar maneiras de tornar os mercados de trabalho menos inseguros. A redistribuição estará novamente na agenda; os privilégios dos idosos e ricos em questão. As políticas até recentemente consideradas excêntricas, como renda básica e impostos sobre a riqueza, terão que estar nessa mistura.
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Amém para isso.

Houve um tempo em que eu regularmente comprava a edição do fim de semana do Financial Times para ler as discussões econômicas contidas nela. A edição de fim de semana também possui uma seção intitulada "Como gastar". Os mais novos carros de luxo são testados e as melhores propriedades são discutidas. Eu nunca tive vontade de comprar nada do que a seção anunciava. Eu pensei que o título pretensioso da seção provavelmente fosse para ser irônico.

Agora, o FT finalmente encontrou o conteúdo certo para essa seção.

Este editorial é uma mudança radical. Em breve, experimentaremos mais disso.

https://www.moonofalabama.org/2020/04/the-financial-times-asks-for-socialist-policies.html

Wall Street vence - novamente. Ajuda em tempo de coronavírus; por Nomi Prins



TomDispatch  

Por Nomi Prins

Dizer que estes são tempos sem precedentes seria o eufemismo do século. Mesmo quando os Estados Unidos se tornaram o mais recente alvo do furacão COVID-19, em "hotsots" ao redor do mundo, um frenesi contínuo de preocupações com a saúde, representou mais uma queda na toca econômica dos coelhos.

Os pedidos para que as pessoas permanecessem de quarentena em suas casas envolveram o planeta, abrangendo a maioria dos americanos, toda a Índia, Reino Unido e grande parte da Europa. Uma segunda onda pode estar começando a surgir na China. Enquanto isso, empresas de pequeno e médio porte, para não falar nas grandes empresas, já enfrentam grandes dificuldades financeiras.

Eu estava na cidade de Nova York no 11 de setembro e nas semanas que se seguiram. A princípio, havia uma sensação de pânico absoluto sobre a possibilidade de mais ataques, enquanto o ar ainda estava carregado de fumaça. Um número surpreendente de vidas foram perdidas e todos nós sentimos que realmente havíamos mudado para sempre.

No entanto, o choque foi momentâneo. As pequenas empresas, mesmo nas vizinhanças das Torres Gêmeas, reabriram rápido o suficiente, enquanto, em meio ao caos psíquico, o Presidente George W. Bush instou os americanos a continuarem a voar, fazer compras e até ir à Disney World.

Pense no coronavírus, então, como um tipo diferente de 11 de setembro. Afinal, as companhias aéreas estão praticamente paralisadas, restaurantes e tantas outras lojas fechadas, a Disney World está fechada, e o número de mortos já ultrapassa o  de 11 de setembro e se multiplica rapidamente. O conceito de "distanciamento social" tornou-se onipresente, enquanto os hospitais estão sobrecarregados e os profissionais médicos se desdobram. Esforços de contenção pandêmicos colocaram a economia global em espera. Desta vez, estaremos mudados para sempre.

Os números sobre cortes de empregos e fechamento de negócios podem superar em breve os que se seguiram ao colapso financeiro de 2008. A taxa de desemprego nos EUA pode atingir 30% no segundo trimestre de 2020, segundo o presidente do Federal Reserve Bank de St. Louis, James Bullard, que significaria que estamos falando de níveis de desemprego não vistos desde a Grande Depressão da década de 1930. Muitas pequenas empresas não poderão reabrir. Outros podem deixar de pagar suas dívidas e entrar em falência.

Afinal, cerca de metade de todas as pequenas empresas do país tinham em caixa recursos para menos de um mês quando o coronavírus chegou e empregam quase metade da força de trabalho privada. Na verdade, as lojas populares, e não as grandes empresas, são o motor da economia. Somente a indústria de restaurantes poderia perder 7,4 milhões de empregos, enquanto os setores de turismo e varejo sofrerão uma turbulência significativa nos próximos meses, se não anos.

Na primeira semana do choque econômico do coronavírus, um recorde de 3,3 milhões de americanos desempregados. Esse número foi quase três vezes o pico da recessão de 2008, que dobrou para 6,6 milhões uma semana depois, com a expectativa de que os números futuros alcancem níveis impressionantemente mais altos.

Por mais preocupantes que fossem esses números, o Secretário do Tesouro, Steve “Rei de Execução de hipoteca”, Mnuchin os classificou como “não relevantes”. Além da surdez, a realidade é que levará meses, depois que o impacto do coronavírus diminuir, para muitas pessoas voltarem ao trabalho. Haverá empregos e possivelmente até subsetores da economia que não se materializarão.

Esse cataclismo levou o Congresso a aprovar o maior pacote de alívio fiscal de sua história. Por mais necessário que fosse, essa lei maciça de gastos também foi um lembrete de que o desejo de oferecer às empresas um mega-bem-estar que não está disponível para os cidadãos comuns continua sendo um fenômeno claramente americano.

domingo, 15 de março de 2020

Entrevista com o membro da Academia Russa de Ciências Alexander Chuchalin

(Pelo Google Tradutor)

Como tratar a infecção por Coronavirus COVID-19
14 de março de 2020

Entrevista com o membro da Academia Russa de Ciências Alexander Chuchalin

Traduzido por Scott Humor

Se uma situação com a infecção por coronavírus CAVID-19 seguir o mesmo cenário da epidemia de SARS, em abril e maio o problema será menos grave. Em sua entrevista ao TR, o acadêmico Alexander Chuchalin, chefe do departamento de terapia hospitalar da Universidade Nacional Russa de Pesquisa Médica de Pirogov. Na sua opinião, o sistema de saúde russo fez o possível para proteger o país contra o coronavírus. O médico também diz que, ao contrário da crença popular, a infecção pelo CAVID-19 pode ser acompanhada de coriza.

P: Você não é apenas um dos melhores pneumologistas da Europa, mas também o principal grupo de risco para o coronavírus. Você poderia, por favor, dar algumas recomendações para as pessoas da sua geração e para os mais jovens, aqueles que, como vemos, são realmente suscetíveis a alta mortalidade - especialmente na China, Itália e Irã.

R: Para entender os grupos de risco para esta doença: em primeiro lugar, são pessoas que entram em contato com animais que representam um reservatório biológico. Por exemplo, em 2002, eram gatos africanos, em 2012 eram camelos, e agora a ciência está um pouco confusa, ainda não foi totalmente estabelecida. Há mais evidências de que este é um certo tipo de morcego - o que os chineses comem.

Este morcego espalha o coronavírus através dos movimentos intestinais. Depois disso, um processo de semeadura ocorre. Digamos, é um mercado de frutos do mar ou outros produtos, e assim por diante. Mas, agora, estamos falando de uma epidemia, estamos falando de pessoas que infectam pessoas. Portanto, essa fase já chegou. A infecção se espalha de pessoa para pessoa.

Os coronavírus são infecções virais muito, muito comuns, e as pessoas os encontram muitas e muitas vezes em suas vidas. Dentro de um ano, uma criança carrega doenças que chamamos de resfriados agudos até dez vezes. E por trás desse resfriado agudo estão certos vírus.

E o segundo lugar em sua prevalência é ocupado pelo coronavírus. O problema é que esses patógenos aparentemente inofensivos foram descartados e nunca conseguiram entender a relação de causa e efeito entre um resfriado comum e um vírus. Se, digamos, uma criança está resfriada, com o nariz escorrendo, o que se seguirá? E assim por diante. Por cerca de duas semanas, uma criança ou um adulto adoece - e tudo isso desaparece sem deixar rasto.

Mas em 2002, 2012 e agora em 2020, a situação mudou qualitativamente. Porque os sorotipos que começaram a circular ... afetam as células epiteliais.

As células epiteliais são células que revestem o trato respiratório, o trato gastrointestinal e o sistema urinário. Portanto, uma pessoa infectada apresenta sintomas pulmonares e intestinais. E no estudo de testes de urina, também, aloque ... com uma carga viral.

Mas essas novas cepas, das quais estamos falando agora, têm essas propriedades - para entrar em contato com o segundo tipo de receptor, a enzima de conversão da angiotensina. E esse receptor está associado a uma manifestação tão séria como a tosse.

Portanto, um paciente que apresenta sintomas de danos ao trato respiratório inferior, um sinal característico é a tosse. Isso afeta as células epiteliais das partes mais distais do trato respiratório. Esses tubos de respiração são muito pequenos.