domingo, 7 de fevereiro de 2021

Mianmar: Um Clássico Golpe Militar

 


Já no dia 29 de janeiro, era possível serem vistos tanques de guerra se deslocando pelas ruas de Rangum (Yangon), a principal cidade e antiga capital de Mianmar. Ao mesmo tempo, nas redondezas de Nepiedó (Naypyidaw), a atual capital, barreiras policiais eram levantadas em diversos pontos das estradas e para completar o cenário do golpe, as tradicionais manifestações em favor dos militares para dar um fim na "corrupção que assola o país".

A corrupção, no caso, foi a vitória eleitoral do LND (Liga Nacional pela Democracia), que para alguns analistas, poderia ter sido um fator para se deflagrar o golpe, pois segundo os militares os resultados haviam sido fraudados.

A verdade é que a vitória do LND foi esmagadora; o partido da líder Aung San Suu Kyi, Conselheira de Estado e Nobel da Paz de 91, conquistou  aproximadamente 80% das cadeiras do Parlamento, composto pelas Câmaras alta e baixa.

Todavia a ação dos militares liderados pelo todo poderoso general Min Aung Hlaing não era algo difícil de se acontecer. Os militares depois de décadas de ocupação no governo, garantiram via constituição, seus privilégios como nomear 56 representantes na Câmara alta e 110 na baixa.

E não é só isso!, reservaram para si o controle dos 3 ministérios mais importantes: defesa, interior e de fronteiras.