terça-feira, 29 de setembro de 2015

Equipamento inovador é capaz de detectar e tratar câncer da pele


FINEP



Maior órgão do corpo humano, a pele é também a parte mais exposta. Com o sol e o tempo, diversos problemas de saúde podem aparecer, como o câncer da pele. Dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) apontam uma estimativa total de 576.580 novos casos de câncer no Brasil em 2015, e o câncer da pele aparece como o de maior incidência, com cerca de 188 mil novos casos (Melanoma e não Melanoma) estimados durante este ano. Quando detectada precocemente, contudo, a doença apresenta altos índices de cura. E um equipamento totalmente nacional apoiado pela Finep ajuda o Brasil a lidar com essa enfermidade.
Desenvolvido pela MMOptcis em parceria com o Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), o Lince é um sistema inovador capaz de avaliar e tratar a doença no mesmo dia, evitando mutilações e procedimentos dolorosos. Único no mundo com duplo sistema na mesma plataforma, que permite o diagnóstico e o tratamento de câncer no mesmo equipamento, o Lince, que contou com R$ 2,3 milhões da Finep, utiliza a terapia fotodinâmica (TFD) para o tratamento do câncer de pele e fluorescência para evidenciar lesões. Disponível no mercado a um custo médio de R$ 13 mil, o aparelho já foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O processo é composto por duas fases – fonte de luz e o medicamento – e pode acontecer no próprio consultório médico. A fonte de luz contida no equipamento emprega elementos LEDs como emissores, tanto para o tratamento quanto para evidenciar a extensão do câncer. Um conjunto óptico de fonte de luz LED ultravioleta reconhece as lesões tumorais por meio da fluorescência óptica. O tratamento pode começar poucas horas depois de diagnosticada a doença. É aplicada no paciente uma espécie de pomada específica que reage com a fonte de luz LED vermelha de alta potência, gerando uma fotorreação que levará as células cancerígenas à morte.
Sobre a MMOptics
Criada em São Carlos em 1998, a MMOptics desenvolve equipamentos para a área da saúde. A base da inovação tecnológica aplicada pela empresa é agregar a ciência biofotônica à óptica-eletrônica. Os aparelhos a base de lasers e LED podem ser aplicados na medicina (tratamentos oncológicos), odontologia, fisioterapia, acupuntura, veterinária e estética.

domingo, 20 de setembro de 2015

Sala de aula do amanhã: onde a inclusão tem vez

FAPERJ


Cátia (primeira à esq.) instrui os alunos de pedagogia nos
recursos da 
Sala de Aula do Amanhã (Fotos: Divulgação)

Danielle Kiffer

Para muitos, a sala de aula futuro pode ser descrita como um local de ensino equipado aparatos tecnológicos de última geração e mobiliário com design arrojado. A professora e fonoaudióloga Cátia Crivelenti de Figueiredo Walter vê a sala de aula do futuro com outros olhos. Para essa professora de educação especial da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Educação (ProPed) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a sala de aula do futuro é o espaço onde acontece a inclusão. Com o projeto Sala de Aula do Amanhã: Formação Inicial e Continuada de Professores em Tecnologias Assistivas, Cátia e equipe montaram um projeto em que ensinam a futuros formandos em pedagogia as principais ferramentas e conhecimentos para integrar crianças com necessidades especiais a classes de escolas comuns na rede regular de ensino. “O objetivo é, aos poucos, eliminar o discurso dos professores que se dizem despreparados para receber alunos com deficiência. É tarefa do educador ensinar a qualquer estudante. A educação não pode e nem deve ser um instrumento de exclusão”, diz a pedagoga

Em espaço cedido pela Uerj e adaptado com recursos da FAPERJ por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento de Tecnologias Assistivas, ela criou a Sala de Aula do Amanhã. Com lugar para 40 alunos, tecnologia assistiva (TA), o ambiente dispõe de recursos para proporcionar ou ampliar a autonomia de pessoas deficientes: computadores com teclados especiais para aqueles com dificuldade motora e softwares que ajudam usuários com dificuldade de visão e auditiva; mesas adaptadas para cadeirantes, impressoras, material didático e pranchas de comunicação alternativa – ferramentas para que as pessoas que não conseguem falar possam se expressar –, que facilitem a inclusão de crianças e adolescentes com deficiência às turmas de escolas regulares.

Durante as aulas, que têm duração de quatro semestres, os graduandos em Pedagogia aprendem, primeiro, as aptidões e as dificuldades de cada deficiência específica, e também como estimular o aluno e integrá-lo às aulas. “Com esse conhecimento, os futuros profissionais poderão reconhecer as dificuldades que determinada criança e adolescente apresentam, diminuindo a barreira da comunicação e investindo no que esses estudantes têm de melhor”, afirma Cátia.

Um exemplo citado pela fonoaudióloga são as crianças com paralisia cerebral, que geralmente apresentam dificuldades motoras e de fala, mas têm sua capacidade de compreensão preservada. “Muitos profissionais despreparados, que não conhecem as limitações e a capacidade intelectual de cada caso, podem acabar desestimulando a criança e aumentando a barreira existente para que esses estudantes especiais se integrem às aulas”, explica.

Por isso, entre outras coisas, os professores aprendem a desenvolver as pranchas de comunicação alternativa, que podem ser feitas de papel ou madeira, ou simplesmente utilizar um tablet, vocalizadores e celulares. Basta um pedaço de papelão e as letras do alfabeto desenhadas ou impressas em papel plastificado, papelão ou outro material. No mesmo tipo de material, também podem ser escritas mensagens ou desenhados símbolos. São os chamados cartões de comunicação. Sobre o papelão, a criança ou adolescente junta com os dedos as letras disponibilizadas para formar palavras, no caso do alfabeto, ou formar a mensagem desejada, utilizando as imagens.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Coppe inaugura mais avançado núcleo de microscopia eletrônica do país


PLANETA COPPE



A Coppe/UFRJ inaugura, no próximo dia 14 de setembro, o seu Núcleo de Microscopia Eletrônica, o mais avançado laboratório do Brasil destinado à caracterização de materiais de engenharia e bioengenharia. A cerimônia terá início, às 14 horas, na sala do Conselho de Coordenação da Coppe, no Centro de Tecnologia 2 (CT 2), Cidade Universitária. Em seguida, será realizada visita às instalações do Núcleo.
O novo laboratório reúne equipamentos de última geração, como microscópios eletrônicos de transmissão e de varredura, com resolução atômica, que são capazes de mapear a composição química dos materiais, identificando o átomo e sua posição relativa, e de efetuar a reconstrução tridimensional de fases e precipitados. Os equipamentos possibilitam estudar materiais em escala nanométrica (1milímetro dividido por 1 milhão).
“Um importante diferencial do laboratório é sua capacidade de realizar esse mapeamento em alta velocidade, devido à configuração do microscópio de transmissão, que possui quatro detectores de raios X inseridos em sua coluna. Uma análise que antes era feita em seis horas poderá ser realizada em alguns minutos”, explica Luiz Henrique de Almeida, professor da Coppe e coordenador do Núcleo.
Para que os resultados dos ensaios sejam precisos e não sofram interferências do ambiente externo, eles foram instalados sobre blocos inerciais de 54 e 80 toneladas completamente independentes da estrutura do prédio, que possui 205 metros quadrados. Estes blocos pesadíssimos garantem que mesmo vibrações externas mínimas de alta ou de baixa frequência não afetem os microscópios. Além disso, para garantir a estabilidade térmica do ambiente as salas tiveram um tratamento de isolamento térmico especial e foi instalado um sistema de ar condicionado, com estabilidade de 0,2ºC/h e baixa velocidade de sopro.
Ao todo, foram investidos R$ 7,3 milhões na aquisição dos equipamentos e na construção do prédio do Núcleo, que fica em uma área anexa ao Bloco I da Coppe, no Centro de Tecnologia (CT), Cidade Universitária. Já está prevista uma segunda fase, na qual será erguido um prédio anexo, estruturalmente independente, que abrigará laboratórios de preparação de amostras, sala de computadores para acesso remoto e secretaria.