sábado, 20 de junho de 2015

Desembolsos do BNDES atingem R$ 54,8 bi até maio


BNDES

19/06/2015
• Exclusivo para micro, pequenas e médias empresas, Cartão BNDES empresta 15% mais do que nos cinco primeiros meses de 2014

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) atingiram R$ 54,8 bilhões entre janeiro e maio deste ano, com queda de 20% na comparação com o mesmo período de 2014. O setor de infraestrutura, com R$ 20,4 bilhões, respondeu por 37,2% desse total, seguido pela indústria, com R$ 16,3 bilhões e participação de 30%.

Na infraestrutura, o principal destaque foi o crescimento importante nas liberações para energia elétrica, que aumentaram 70%, para R$ 8 bilhões, nos cinco primeiros meses do ano. Também cresceram 74% os desembolsos para a rubrica “outros transportes”, que engloba investimentos em mobilidade urbana, atingindo R$ 3,4 bilhões. Estes projetos, por seu caráter estruturante, têm mostrado maior fôlego no conjunto dos investimentos de infraestrutura apoiados pelo Banco.

Às micro, pequenas e médias empresas, o BNDES desembolsou R$ 16 bilhões até maio último, respondendo por 29,2% das liberações totais. O resultado foi puxado pelo Cartão BNDES, cujas liberações somaram R$ 4,8 bilhões, com alta de 14,9% em relação à igual período de 2014. Neste ano, foram realizadas 293 mil operações com o Cartão BNDES, com incremento de 6,4%.

As alterações no Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI) — que conta, este ano, com taxas de juros mais elevadas, embora ainda bastante competitivas — também tiveram impacto sobre os resultados do BNDES. Os desembolsos do PSI somaram R$ 16,3 bilhões até maio passado, registrando queda de 43% na comparação com janeiro/maio de 2014.

As consultas, no montante de R$ 53,5 bilhões, e as aprovações, de R$ 34,7 bilhões, também apresentaram retração nos primeiros cinco meses do ano (39% e 47%, respectivamente). 


Pesquisadores brasileiros desenvolvem microchip para o LHC


AGÊNCIA FAPESP

Por Elton Alisson




Pesquisadores do Instituto de Física (IF) e da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estão desenvolvendo um microchip para ser usado em um dos experimentos do maior acelerador de partículas do mundo: o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN), na Suíça.
A segunda versão do protótipo do chip, desenvolvido no âmbito do “Projeto de um Asic de aquisição e processamento digital de sinais para o Time Projection Chamber do Experimento ALICE”, apoiado pela FAPESP, deverá ser concluída no próximo mês de julho.
“A ideia é que essa segunda versão do protótipo do chip seja testada em setembro e, se tudo der certo, a produção seja iniciada em 2016”, disse Marcelo Gameiro Munhoz, professor do IF-USP e participante do projeto, à Agência FAPESP.
De acordo com o professor, o chip, batizado como Sampa, será usado no ALICE (sigla de A Large Ion Collider Experiment) – um dos quatro grandes experimentos do LHC, que envolve cerca de 1,3 mil cientistas de mais de 30 instituições de pesquisas ao redor do mundo, incluindo o IF-USP.
O experimento deverá passar nos próximos anos por um processo de atualização com o objetivo de estudar fenômenos mais raros a partir de partículas produzidas em colisões de íons pesados a partir de 2020, quando será aumentada a taxa de produção de colisões no LHC de 500 hertz (Hz) para cerca de 50 quilohertz (kHz).
“O LHC interrompeu as atividades em 2013 e está retomando-as agora para aumentar a energia no centro de massa do colisor [de entre 7 e 8 teraelétrons-volts (TeV) para 13 TeV]”, explicou Munhoz.
“Entre 2018 e 2019 está prevista uma nova paralisação para aumentar a taxa de colisão do acelerador. Para isso, o ALICE também precisa passar por um processo de atualização porque o atual sistema de detecção do experimento não conseguirá funcionar com o aumento da taxa de colisões”, afirmou.
Segundo o professor, uma das mudanças que deverão ser feitas no ALICE nos próximos anos é nos dispositivos microeletrônicos – os chips – integrados a dois dos detectores usados pelo experimento: o TPC (sigla de Time Projection Chamber) – o principal sistema de reconstrução de trajetórias das partículas do experimento – e o Muon Chamber – um detector frontal de múons (partículas parecidas com elétrons, mas 200 vezes mais pesadas).
A fim de conseguir detectar o alto número de colisões de íons pesados que serão geradas no LHC a partir de 2020, os chips conectados ao TPC e ao Muon Chamber precisarão funcionar continuamente, sem usar o chamado trigger ou gatilho, em português – sistema utilizado para identificar os eventos em um detector de partículas que devem ser gravados para análise posterior.
“O trigger dispara um sinal de que houve uma colisão de partículas no detector e, normalmente, os chips conectados ao TPC e ao Muon Chamber só começam a processar e armazenar dados quando chega esse sinal”, explicou Munhoz.
“Com o aumento da taxa de colisões, os chips precisarão passar a adquirir dados de forma contínua, sem precisar de um gatilho que indique quando devem começar a operar”, afirmou

terça-feira, 9 de junho de 2015

Programa da Petrobras reduziu queima de gás em 60% nos últimos 6 anos


ADMINISTRADORES.COM



Programa implementado pela empresa contribuiu com recorde de aproveitamento de gás de 96,5% alcançado em fevereiro deste ano


O Brasil é atualmente um dos países que melhor aproveita sua produção de gás natural. Com a expressiva redução da queima de gás em plataformas, a Petrobras atingiu em fevereiro de 2015 a marca histórica de utilização de 96,5% de gás nas atividades de exploração e produção, considerando a produção total nos campos operados pela companhia.
O Programa de Otimização do Aproveitamento de Gás da Petrobras (POAG), em andamento desde 2010 nas unidades de operações da área de Exploração e Produção da região Sul-Sudeste, contribuiu decisivamente para o recorde. A iniciativa foi tema da palestra “A redução da queima de gás na Petrobras” (Reduction of Petrobras’ gas flaring), apresentada pelo coordenador do Programa, Vitor Souza Lima, na Conferência Mundial de Gás (World Gas Conference – WGC 2015) em Paris, na França.
A estimativa com essa redução na queima é de que até o final de 2015 a Petrobras tenha conseguido evitar a emissão de quase 23 milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera. “O objetivo do programa é aumentar o aproveitamento de gás natural nas atividades de Exploração e Produção da Petrobras. Como consequência, temos uma expressiva redução das emissões, além de uma maior oferta de gás ao mercado. Antes do início do POAG, metade das emissões de gases do efeito estufa era oriunda da queima de gás em tocha em nossas atividades de produção. Atualmente este número caiu para um sexto”, explica Vitor Souza Lima, com base em dados da área de Segurança, Meio Ambiente e Saúde.
A queima de gás natural é inerente ao processo de produção na indústria do petróleo e ocorre por uma série de razões: segurança, emergência, anormalidades operacionais, manutenções programadas e no início de operação de novas plataformas (comissionamento).

Sobre a WGC

A Conferência Mundial de Gás (World Gas Conference – WGC) é o maior evento sobre gás natural do planeta. A conferência, que acontece a cada três anos, reúne os principais especialistas no setor de gás. A edição deste ano aconteceu em Paris e contou com representantes de 100 países. 

segunda-feira, 8 de junho de 2015

71% dos brasileiros têm os serviços públicos de saúde como referência


AGÊNCIA SAÚDE

Por Patrícia de Paula

As Unidades Básicas de Saúde foram apontadas como principal porta de entrada da população ao SUS. Dados mostram também que o Farmácia Popular ampliou o acesso a medicamentos 
A maioria dos brasileiros procura pelas unidades públicas quando apresenta algum problema de saúde. Pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que 71,1% da população foram a estabelecimentos públicos de saúde para serem atendidos. Deste total, 47,9% apontaram as Unidades Básicas de Saúde como sua principal porta de entrada aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente são 40.674 unidades em funcionamento em todo o país. Os dados também apontam que as políticas públicas cumprem papel fundamental no acesso a medicamentos. Do total de entrevistados, 33,2% conseguiram pelo menos um dos medicamentos no SUS e 21,9%, por meio do Programa Farmácia Popular.
Na avaliação do perfil dos usuários da rede pública de saúde, o estudo mostra que os serviços chegam a quem mais precisa. A proporção de indivíduos que mais tiveram acesso a medicamentos nos serviços públicos sobe para 41,4% na população sem instrução ou com fundamental incompleto e para 36,7% entre os de cor parda. O mesmo acontece com o Programa Farmácia Popular, ou seja, quem mais utiliza este serviço são as pessoas de menor escolaridade.
De acordo com o ministro, os dados transformados em informações pelo IBGE permitirão ajudar a aperfeiçoar as políticas públicas de saúde. “Com a apropriação qualificada da pesquisa, iremos perseguir um modelo de acesso que resolve o problema do cidadão. Os vários números levantados também demonstram que estamos atendendo objetivamente e de forma igualitária a todos, além de permitir desconstruir a imagem criada no Brasil de que o SUS não atende a população”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Depois das Unidades Básicas de Saúde, os serviços públicos mais procurados pela população são os de emergências, como as Unidades de Pronto Atendimento Público ou Emergência de Hospital Público (11,3%), seguidos pelos hospitais e serviços especializados: do total, 10,1% da população vão até um Hospital Público ou Ambulatório quando tem um problema de saúde e 1,8% vão aos Centros de Especialidades e Policlínicas Públicas. Os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6% dos brasileiros e 4,9% buscam emergências privadas.
Os dados integram o segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) feita em 64 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o país entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014. O estudo é considerado o mais completo inquérito de saúde do Brasil e traz dados inéditos sobre vários aspectos, entre eles, acidente no trânsito, acesso aos serviços de saúde (atendimento e medicamentos) e violência. A pesquisa serve de base para que o Ministério da Saúde possa traçar suas políticas públicas para os próximos anos.
Durante o levantamento, foram coletadas informações sobre toda a família a partir de entrevistas com cerca de 205 mil indivíduos em domicílio, escolhidos por meio de sorteio entre os moradores da residência para responder ao questionário. Uma terceira fase da pesquisa trará informações resultadas dos exames de sangue, urina e aferição da pressão arterial dos brasileiros.
EXPANSÃO DO SAÚDE DA FAMÍLIA – Os números também demonstram expansão na cobertura da estratégia Saúde da Família. Ao todo, 112,5 milhões de brasileiros, equivalente a 56,2% da população, estão cadastrados neste programa. Se compararmos com os resultados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios/IBGE), realizada em 2008, a iniciativa atingia 96,5 milhões de pessoas. Comparando os dois estudos, em cinco anos, cerca de 16 milhões de pessoas passaram a ser atendidas pelo Saúde da Família.
Os dados da PNS mostram ainda que o serviço tem chegado principalmente às pessoas de menor escolaridade. Já no recorte por região, é o Nordeste (64,7%) quem mais conta com domicílios cadastrados no Saúde da Família e o Sul (56,2%) também registra índice acima da média nacional.
Essa expansão do Saúde da Família também é observada nos números do Ministério da Saúde. Entre 2010 e 2014, houve um crescimento de 19,8% do total de equipes, passando de 31.660 para 37.944 no período. Os investimentos federais na atenção básica mais que dobraram – crescimento de 106% nos últimos quatro anos, chegando a R$ 20 bilhões em 2014. Esta é uma área de atenção prioritária para o governo, uma vez que consegue resolver até 80% dos problemas de saúde sem necessidade de encaminhamento do paciente para um hospital ou unidade especializada, tornando a assistência em toda a rede mais eficiente.
AVALIAÇÃO DO ATENDIMENTO - Dos 30,7 milhões de pessoas que procuraram algum atendimento de saúde nas duas últimas semanas anteriores à pesquisa, 97% conseguiram atendimento e 95,3% foram atendidos na primeira vez em que procuraram.  Apenas 3% não conseguiram atendimento, 38,8% alegaram não ter médico atendendo, 32,7% não conseguiram vaga ou pegar senha.
Os dados mostram que 65,7% se internaram em hospitais por 24 horas ou mais nos doze meses anteriores à pesquisa e a última internação foi através do Sistema Único de Saúde. Desse total, 82,6% avaliaram o atendimento recebido no SUS como bom ou muito bom. O perfil de internação compõe-se majoritariamente por jovens de 0 a 17 anos de idade (75,2%) e pessoas de baixa escolaridade - 80,6% sem instrução ou com fundamental incompleto. Do total de entrevistados, 80,4% tiveram atendimento de urgência no domicílio, através do Sistema Único de Saúde, e a avaliação do atendimento foi boa ou muito boa.