domingo, 26 de abril de 2015

Tecnologia de sensor cria sistema inovador para guiar míssil

AGÊNCIA USP DE NOTÍCIAS

Por Rui Sintra, da Assessoria de Comunicação do IFSC


Projeto binacional envolve empresa spin-off do IFSC
A empresa Opto Eletrônica , uma spin-offdo Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, participou do desenvolvimento do novo míssil A-Darter, que foi testado acoplado ao avião de caça Gripen, da Força Aérea da África do Sul, no início deste ano. A fabricação do sistema — ou seeker — de quinta geração, é um projeto binacional entre o Brasil e a África do Sul que, além da Opto Eletrônica, envolve a Força Aérea Brasileira (FAB), as empresas nacionais Mectron, Avibras, e a estatal sul-africana Denel Dynamics.
A maior parte dos mísseis detecta a aeronave — ou alvo — através do calor da turbina, contudo, existem diversas táticas capazes de despistar esses mísseis, como, por exemplo, a liberação de bolas de fogo, chamadas de contramedidas. A fim de impedir esse tipo de situação, a Opto Eletrônica desenvolveu um inovador sistema de guiagem que, ao contrário dos demais modelos fabricados, detecta duas faixas de calor, captando a emissão de gazes da turbina do alvo, o que possibilita, por exemplo, que o míssil não caia nas armadilhas das citadas bolas de fogo, uma vez que essa estratégia não emite os mesmos gazes que saem da turbina do avião.
O professor Jarbas Caiado Neto, professor do IFSC e um dos fundadores da Opto Eletrônica, explica que a tecnologia do sensor também permite que o seeker reconheça uma aeronave por meio de imagem, independente do ângulo em que esse alvo esteja. Além disso, outra vantagem do sensor é a sua capacidade de guiar o míssil em ângulo de até 90 graus — as curvas realizadas pelos mísseis comumente utilizados se limitam a 20 ou 30 graus. O desenvolvimento do A-Darter, segundo o professor, está quase finalizado. Com isso, em breve, o míssil deverá ser produzido e fornecido pelas empresas Mectron e Avibras.
A parceria
Essa foi a primeira parceria entre a Opto Eletrônica e a Denel Dynamics que, na opinião de Jarbas, foi uma colaboração bastante intensa. “Tinha um grupo de pesquisadores da Opto trabalhando na Denel Dynamics, enquanto outra equipe da nossa empresa realizava o mesmo processo aqui no Brasil”, explica o professor, acrescentando que essa parceria surgiu devido ao fato de a África do Sul estar em crise, o que impossibilitou o país de fabricar um míssil 100% nacional.
Mesmo assim, Jarbas diz que é preciso reconhecer que a África do Sul ainda possui maior experiência do que o Brasil no setor de defesa, já que, ainda na época do Apartheid, quando o país foi proibido de importar armamentos, teve que construir uma forte indústria nessa área.
África do Sul
O pesquisador Rafael Ribeiro, ex-aluno do Instituto de Física de São Carlos e pesquisador da Opto Eletrônica, foi um dos especialistas brasileiros que participou do desenvolvimento do seeker na África do Sul, entre 2011 e 2013. Sua função foi atuar na realização de dois subsistemas do sensor de guiagem, sendo eles o InfraRed Sensor Assembly (IRSA) e o Dome Assy.
“A execução de ambos exigiu a demanda, dentre outras, de especialistas em desenho óptico e em testes eletro-ópticos. Como eu havia adquirido experiência durante o período de mestrado nessa área, fui alocado para auxiliar a equipe brasileira de desenvolvedores na África do Sul”, explica o pesquisador, que obteve o bacharelado em física, com ênfase em óptica e fotônica, e mestrado em ciências pelo IFSC.
Ele explica que o ambiente de trabalho, naquele país, consistia em interações com os representantes das outras empresas brasileiras e do corpo técnico da Denel Dynamics. “Em especial, a equipe da Opto participou do desenvolvimento do sistema de refrigeração do sensor termal, simulações não-sequenciais do sistema óptico do IRSA e de vários softwares de testes eletro-ópticos e rotinas em geral”, diz Rafael Ribeiro.
Para ele, ter trabalhado em um projeto de tamanha importância para o Brasil, foi uma experiência bastante prazerosa e gratificante a nível pessoal e profissional, porém, exigiu muita disciplina e dedicação, tendo em vista que, além dos desafios tecnológicos envolvendo o projeto, Rafael teve que se adaptar à cultura e aos costumes locais da África do Sul.
“O apoio constante do corpo técnico brasileiro e sul-africano foi essencial para que aquele período de adaptação fosse o menos complicado e curto possível, gerando um ambiente favorável”, conclui ele, afirmando que o próximo passo profissional será iniciar o doutorado na área de instrumentação óptica ou design óptico voltado à área aeroespacial.
Foto: Divulgação / IFSC

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Com preços mais baixos, venda de PCs cresce e impulsiona mercado de Informática


CONVERGÊNCIA DIGITAL

Luís Osvaldo Grossmann
O quadro geral é de queda nas vendas do varejo, conforme indica a mais recente pesquisa mensal do IBGE, divulgada nesta terça, 14/4. Mas a venda de equipamentos de informática e comunicação andou claramente em outra direção. Enquanto o comércio em geral viu as vendas caírem 3,1% em fevereiro, sobre o mesmo mês de 2014, esse segmento específico teve o melhor resultado – a alta foi de 8,4% sobre fevereiro do ano passado.
Em apenas dois meses, a venda de equipamentos de informática e comunicação acumula alta de 14,5% – embora no acumulado em 12 meses o cenário seja de aparente estabilidade, com leve alta de 0,3%. Esse desempenho, segundo o IBGE, “pode ser explicado pelo comportamento dos preços do principal produto que compõe a atividade”.
O principal produto, no caso, refere-se ao microcomputador, que de acordo com o Instituto viram os preços caírem 8,5% no acumulado de 12 meses encerrados em fevereiro de 2015, enquanto no mesmo período a inflação, medida pelo IPCA, bateu em 7,7%.
Dados da consultoria IDC indicam, no entanto, que as vendas de computadores encolheram 26% ao longo do ano passado. Por outro lado, a mesma IDC calcula que as vendas de telefones celulares, entre os mais comuns até os smartphones, aumentaram 7,2% no  mesmo período.





segunda-feira, 6 de abril de 2015

Trens e metrôs transportaram 2,9 bilhões de passageiros no país em 2014


AGÊNCIA BRASIL





Em 2013, trens e metrôs foram responsáveis pela movimentação de 2,7 bilhões de pessoasArquivo/Agência Brasil


Trens e metrôs transportaram 2,9 bilhões de passageiros em todo país no ano passado. Os dados são do Balanço do Setor Metroferroviário de Passageiros, divulgado hoje (6) pela Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPtrilhos). O número representa aumento de 4,4% na comparação com 2013, quando os passageiros atendidos por esses modais somaram 2,7 bilhões.

Apesar do aumento, o número representa uma queda no ritmo de avanço: a taxa média anual de crescimento para o setor era 10% desde 2010. Para 2015, estima-se que 3 bilhões de pessoas serão transportadas por veículos sobre trilhos – aumento de pouco mais de 2%.

Segundo a superintendente da ANPtrilhos, Roberta Marchesi, o número evidencia as dificuldades atuais do setor. "Esse número mostra exatamente que o setor vem passando por um congestionamento. Os sistemas que estão implantados não crescem de acordo com a demanda da população. Isso vai levando esses sistemas à saturação. Esse pequeno crescimento mostra exatamente isso."

Em 2014, a malha ferroviária foi ampliada em 30 quilômetros, o que significa crescimento em extensão de 3%. Para a ampliação do sistema, até 2020. são esperados 20 projetos, já contratados ou em execução, e uma carteira com mais de 18 projetos a serem avaliados. A taxa, todavia, não deve ser suficiente para suprir a demanda, como aponta o documento do ANPtrilhos. Das 63 médias e grandes regiões metropolitanas do país, apenas 12 têm algum tipo de sistema de transporte de passageiros sobre trilhos
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Roberta  Marchesi:  números  de  2014  evidenciam as dificuldades atuais do setorElza Fiúza/Agência Brasil


Segundo Roberta, um fator que também pode prejudicar o setor é a medida que altera a política de desoneração da folha de pagamentos. De acordo com ela, somente as três maiores operadoras metroferroviárias calculam acréscimo de custo da ordem de R$ 73 milhões este ano. Também vai ter impacto no custo das operadoras, a elevação da tarifa de energia elétrica.

Os dois sistemas fecharam o ano de 2014 com 1.002 quilômetros de extensão, divididos em 40 linhas, com frota 4,3 mil veículos e 521 estações operacionais. Para Roberta, se comparado com o de outros países, o sistema metroferroviário brasileiro ainda não é o ideal. Considerando os padrões de outros modais de transporte, o sistemas sobre trilhos chega a emitir até 60% menos poluentes do que os automóveis e 40% menos do que os ônibus. Em termos de capacidade de transporte, trens e metrôs ultrapassam carros em 58,2 mil passageiros por hora.

"Se formos comparar, por exemplo, com [o metrô da] Cidade do México, que tem a mesma idade do metrô de São Paulo, a capital mexicana tem uma rede, hoje, superior a 200 quilômetros [de extensão], enquanto o metrô de São Paulo tem uma rede de 75 quilômetros. Isso mostra a prioridade que outros países vêm dando ao desenvolvimento da mobilidade urbana e também o quanto o Brasil ainda tem a crescer", afirmou Roberta.


quinta-feira, 2 de abril de 2015

​Embraer assina venda de até 34 E-Jets adicionais para o Grupo Air France/KLM





EMBRAER




São José dos Campos – SP, 30 de março de 2015 – A Embraer anunciou hoje o pedido firme da KLM Cityhopper, subsidiária regional da KLM, para 15 jatos E175 e dois E190. O contrato também inclui opções para 17 E-Jets adicionais para a KLM Cityhopper ou para a HOP!, subsidiária regional da Air France. O pedido firme, que será incluído na carteira de pedidos do primeiro trimestre de 2015, tem valor estimado de USD 764 milhões, com base na atual lista de preços da Embraer. O contrato tem valor de USD 1,5 bilhão, caso todas as opções sejam exercidas.

Tanto o E190 quanto o E175 serão configurados em classe única. Eles vão se juntar aos 28  E190 que atualmente operam com a KLM Cityhopper, substituindo os 19 jatos Fokker F70 restantes, que a companhia aérea está retirando de operação.

“A decisão da KLM Cityhopper de adquirir mais E-Jets é um grande endosso e a confirmação de que o E-Jets são os aviões mais eficientes, confortáveis e de menor custo operacional no segmento de 80 a 110 passageiros”, disse Paulo Cesar Silva, Presidente & CEO da  Embraer Aviação Comercial.

A entrega do primeiro E190 está programada para ocorrer até o final do ano. O primeiro E175 vai se juntar à frota da KLM Cityhopper no primeiro semestre de 2016. O grupo Air France/ KLM iniciou o processo de substituição das aeronaves Fokker 100 pelos E-Jets na Regional/Air France e na KLM Cityhopper em 2008, a fim de reforçar a rede existente e permitir o desenvolvimento de novas rotas. Quando a última aeronave deste pedido for entregue, o grupo Air France/KLM terá 71 E-Jets, a maior frota de E-Jets na Europa.

“A aquisição desses 17 jatos da Embraer e a opção para um pedido adicional de outros 17 no futuro representa um grande passo para a KLM em termos de renovação da frota. A KLM continua investindo na frota e no produto, a fim de oferecer aos passageiros o melhor, bem como reafirmar o compromisso da KLM e da KLM Cityhopper com nossos clientes”, disse Pieter Elbers, Presidente e CEO da KLM.

“Esta decisão estratégica está em linha com a política de inovação contínua da KLM Cityhopper. A nova frota contribuirá ainda mais para a otimização das  operações, servindo os sete milhões de passageiros que voam anualmente com a KLM Cityhopper”, disse Boet Kreiken, Diretor da KLM Cityhopper. A KLM Cityhopper foi recentemente premiada pela revista Air Transport News como Companhia Aérea Regional do Ano de 2015.

O E175 apresenta uma nova ponta de asa (wingtip) que, juntamente com outros aprimoramentos técnicos, melhora o desempenho aerodinâmico. O consumo de combustível em um voo normal é 6,4% menor do que o do E175 original. A redução fez com que o custo operacional do E175 seja comparável ao de turboélices de grande capacidade e apresenta novas oportunidades para o E175.

Desde que colocou a família de E-Jets em operação, em 2004, a Embraer recebeu mais de 1.560 pedidos firmes. Os aviões estão voando com 65 companhias aéreas de 45 países e mais de 1.100 E-Jets já foram entregues. Essa versátil família de jatos de 70 a 130 assentos voa atualmente com empresas aéreas tradicionais, bem como de baixo custo e regionais.

Sobre a KLM Cityhopper

A KLM Cityhopper opera cerca de 300 voos diários para a KLM. Esses voos servem cidades em toda a Europa, 54 das quais são essencialmente destinos de negócios. Todos os dias, cerca de 18 mil passageiros optam por voar com a KLM Cityhopper. A KLM Cityhopper foi recentemente classificado Companhia Aérea Regional do Ano de 2015 (Regional Airline of the Year 2015) por um painel internacional de juízes profissionais.

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Brasil e Suécia anunciam programa de transferência de tecnologia aeroespacial


BLOG DO PLANALTO


Brasil e Suécia firmaram convênio para transferência de tecnologia aeroespacial nesta terça-feira (31). O anúncio foi feito pelo presidente dos Conselhos de Administração da SAAB, Marcus Wallenberg, após reunião com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.

Wallemberg anunciou a transferência de tecnologia após reunião com a presidenta Dilma. Foto: Renan Carvalhais – Gabinete Digital/PR.

O convênio é resultado do acordo fechado entre Brasil e Suécia pela compra de 36 caças militares Gripen da empresa sueca SAAB AB, anunciado em outubro do ano passado. Segundo Walllenberg, a previsão é que até 2019 a primeira das aeronaves contratadas pelo governo brasileiro já esteja em operação.

“O mais importante dessa audiência com a presidenta Dilma foi justamente o nosso acordo consensual em torno da possibilidade concreta do projeto FX2, do caça sueco, de modo a envolver a participação da indústria brasileira nesse projeto e assegurar transferência tecnológica, efetivamente, à indústria aeroespacial brasileira”, afirmou o executivo em entrevista coletiva.
Dentre as ações do programa de transferência tecnológica estão o estabelecimento, a partir de 2015, de um grupo de professores suecos no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos. Além da criação de curso de pós-doutorado em Engenharia Aeronáutica financiado pela SAAB e pelo governo sueco, também no ITA.

A iniciativa inclui ainda o apoio para estada de doutores suecos no Brasil e concessão de bolsas de mestrado e doutorado para cientistas brasileiros, no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras.Além disso, a cooperação pretende atingir futuramente áreas como energia sustentável, tecnologia ambiental, defesa, segurança, transporte e desenvolvimento urbano.